GARDÉNIAS EM TEUS OLHOS

Gardénias em teus olhos;

leve brisa de folhas,

nas árvores;

o mar que se acalma, na

palma da mão;

vislumbre de jardins,

nascidos no agora raiz.

Sombras onde me deito;

teu corpo restrito,

ao pudor do silêncio;

só o vento, diz voz,

ou gorjeio de pássaro;

passos apressados,

na rua sito mais abaixo.

Teus dedos, finos como

marfim; sacudir de

cabelos, asas de corvo;

a despeito do amor

a excepção; livre

ambivalência, que nos

põe a nu e salvaguarda.

Ser-se, quem se é, no

precipício apelativo;

renegar ao amor, que se

fez sofrido mas inteiro;

tua boca, semi aberta, tem

o pecado mesmo ao lado –

encontrar-me-ás!

Jorge Humberto

30/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 30/01/2011
Código do texto: T2761679
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