FACE OCULTA

Se tu conhece a região

Nade no mesmo sentido

Dos escritos tão românticos

E do significado contido

Nas entrelinhas dos versos

Das estrofes os reversos

Do poeta comedido.

Antes do público, o escondido

Nas matas e serranias

Terras onde ninguém manda

Vistas em todas as cercanias

Luzes denunciando o vulto

Divulgas o teu rosto oculto

Para as várias cidadanias.

Levado pelas ventanias

Que no lugar faz a curva

Se tu conheces onde anda

E bebes da mansa chuva

Não conseguindo compreender

Para que tanto se esconder

Numa imagem antiga e turva.

Macio como uma luva

São os consentimentos

Seja a minha tripulante

Nos mares dos consentimentos

Juntos nós conseguiremos

Os obstáculos venceremos

Em prol dos sentimentos.

Não temas pelos momentos

Que talvez tu nunca tenhas

Se não for feliz no mar

Serás junto às vacas prenhas

Soltas no imenso pasto

Correndo no campo vasto

Perdidas nas negras brenhas.

Com isso talvez não venhas

E prefiras a cidade

Rodeada de madames

No seio da alta sociedade

Senhoras da burguesia

Filhas da mesma freguesia

Parceiras da ociosidade.

Quem busca a felicidade

Não escolhe lugar nem hora

O amanhã ainda não veio

O ontem já foi embora

Escolha o meu caminho

E terás o meu carinho

Hoje, amanhã. Agora.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 21/02/2011
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T2805982
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