NO MAR...

NO MAR...

A água batia nas pedras,

transformando-se em espuma branca.

Seria o mar, a testemunha muda, do nosso fim de caso.

Ele viu quando chegamos,

e nos abraçamos apenas, sem nada dizer...

Olhei tuas mãos e as comparei ao mar;

elas me acariciavam nos momentos de ternura

e me feriam quando explodia a paixão...

O mar é igual; acaricia as pedras

e aos poucos as vai ferindo...

Porém alí, naquele momento,

tuas mãos eram frias, como as geleiras do mar...

e me vi a imaginar, quantos casos parecidos,

o mar já não presenciou?...

De quantas tristezas, já não foi testemunha?...

Não sei porque, mas sempre acreditei

que se o mar tivesse alma, seria um triste.

Seria assim como nós, que naquele momento,

nos olhávamos em selêncio, apenas nos querendo mais.

Parecendo querer guardar na retina,

cada detalhe de cada um.

Desde o momento em que nos encontramos,

nenhuma palavra dissemos...

Apenas nos abraçamos

e ficamos a nos olhar; por horas, talvez...

Nesse intervalo somente se ouvia,

o barulho do mar quebrando nas pedras,

como se fosse um lamento...

Por fim, nos apertamos mais forte e devagar,

sem desviar o olhar, nos separamos;

sem uma palavra, sem uma lágrima.

Para quê chorar, se batendo nas pedras,

o mar chorava por nós?...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 02/03/2011
Código do texto: T2823821
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