Não quero só.

Preciso expulsar-me de mim.

Tenho me causado tanto mal.

Não quero esse amor... Não quero só!

E então suplico a ti em mim mesma:

Ama-me! Mas não estás...

Não há amor...

Há apenas uma louca procura.

Almejo amor, quero amar.

Não quero só!

Estou à margem de suas buscas...

Quero ser querida,

mas não na formalidade vã das palavras.

Mentes quando me chama: minha...

Nem sequer me desejara por posse,

o instinto automático de possuir.

Me tiveras apenas como querida, de bem-querer,

mas que não quiseras bem...

Então... Ama-me!

E já não há quem me ouça.

E é bom que não ouçam,

Não quero ser amada por clamor,

mas por silêncio.

Então calo... Não sou amada, nem amante.

Amo tão somente a mim com tudo que há.

Logo te amo, mas amo a mim,

Então suspiro aliviada.

Há amor... Simplesmente não quero amar...

Não quero só!

Indy Lispector
Enviado por Indy Lispector em 02/03/2011
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