Poema adormecido

Um poema dorme, tranquilo, entre

as páginas amareladas

de um velho livro.

Dorme como o amor que não

mais recende a perfumes suaves,

e apenas permanece

intacto na lembrança de

um passando ausente do

tempo que escorre por entre

os dedos feito a água

fria das marés tardias.

Arde em mim o resquício de

uma saudade insana,

um desejo obscuro de rever

teus olhos, sentir por

uma fração de segundos que

seja tua presença

física em mim.

Entretanto, esse mesmo tempo

que passa feito uma breve

rajada de vento

não me deixa esquecer

que esse amor outrora sentido

também adormece no

recôndito pensamento.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 03/03/2011
Código do texto: T2826576
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