Dois corações sem razão

Tênues batidas entreabriram portas, coração:

De quanto suave alias fornicado escorreu,

Despiu-se da alma no seio infindável da noite;

E que de alma ouviram-se sussurros entorpecidos,

Pois quão és mero e eloqüente, branda à noite.

Onde de tu, deleite de tão esmero sono perdido,

Abastou-me teu dorso de medo onde temias,

E despertou naquilo um desejo índigo;

Quente e amargo, possuiu-me como um veneno.

Onde que ainda podeis tocar aquela línea

Estavam teus mais escuros sonhos - de - amor

Vividos a mercê de um beijo, um corpo,

Que passa encarecido do pecado mais profundo

Nascido de ti como aquela que outrora te findou

Mas estavas ali, batendo em tua pressa cativa,

Esmorecendo pelo teu surdo consciente-âmago

E sem que o fira, teu bater te batia também.

Contemplo aquele momento perpétuo sem semblante!

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 06/03/2011
Código do texto: T2832374
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