A FORÇA DE EROS

O amor - quem viveu

Só traz alegria

Mas quem nunca sentiu:

Só canta e recita

E só faz poesia

É a força de Eros

Entre os dois - oriundo

Do macho e da fêmea

Num enlace profundo

Ele une e separa

Se confunde com a dor

Exalta e desperta

Com seu brilho e ardor

É o facho de Luz

Que ao mundo ilumina

É a arma de Deus

Que a todos anima

Mas que energia vital!!

Para os dois - sem igual

Para o corpo e a alma

Que agita e acalma

É o Fogo da Luz

Ou a luz do luar

Do maná que reluz

Em seu tempo e lugar

É o brilho da vida

Mas é morte também

Qual Babilônia caída

Que do mal vem o bem

Do instante eterno

Das hostes supremas

Bramem as vozes do inferno

E das almas pequenas

Carruagens de fogo

Exército da voz

É na guerra e no jogo

Que o amor fica atroz

É ouro e é prata

É o princípio da água

Que ao fogo arrebata

E evapora sem mágoa

Em seu cerne divino

A semente germina

Como um grande menino

E seu par feminino

Mas o útero vazio

É como uma casa sem dono

Ou água sem rio

Que lhe desperta do sono

Mas, meu Deus, de onde vem?

Que é da água da fonte?

vem do fim do horizonte?

Ou do poço do além?

Vem do morto que sobe

De carícias e mimos

Galopante e esnobe

Com seus dois pequeninos

Passam as horas e dias

Nasce o Sol e se deita

Noites quentes e frias

E o caçador na espreita

Não o que caça e come

Mas o caçador da amada

Que do amor tem a fome

Como quem caça a manada

Com sua flecha descobre:

Sou macho, forte e viril

Qual ferro e qual cobre

Que nem o trovão lhe feriu

Seu olhar lhe espreita

A donzela em seu bote

Sua flecha arrebata

No pescoço e culote

E ela - toda se ardendo

De igual amor e espírito

Sucumbe toda fervendo

Solta o verbo e um grito:

Ai que dor lancinante

Foi com ferro e com fogo

Que me feriu meu amante!!

E sua amada, prostrada,

Vendo-a cair, lhe afaga

Ai meu amor, minha amada

Que nunca morre ou se apaga

Minha flecha é de tal sorte

Que não fere, nem mata

Seja donzela ou consorte

Só ao teu coração arrebata

Assim faz e se fez

Deste mundo sempre sombrio

Foram os dois de uma vez

Subindo no mesmo rio...

Que deságua no Oceano da Vida

Onde fica a Ilha do Eterno Amor

Longe da humanidade perdida

Livre de toda sorte - de toda dor.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 09/03/2011
Reeditado em 01/04/2011
Código do texto: T2837052
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.