Ainda Sobre O Ciúme

Desalinhos íntimos me conduzem aos descaminhos do "nós"...

E tantos são os nós que me embaraçam os pensamentos,

que me bastaria alinhar o que sobra

na lembrança de tantos momentos;

desprovendo a mente das insanidades descabidas,

meras molas propulsoras de tantos desentendimentos...

Ressentimentos...

E eu, sem eira nem beira, me desgasto

em raciocínios ilógicos,

desproporcionados diante de tamanha paixão,

causadores de uma imprópria desilusão...

O que haveria, então?...

Não mantenho o que penso nem coordeno meus atos,

se tomo por minhas as decisões do que nunca se resolve.

Deslizes fazem palavras vis despontarem

num vocabulário desconexo,

quando a boca fala o que a cabeça sequer pensa

e o coração ignora a dor,

que, imprescindível, sempre vem depois...

Quando um mais um deixa de ser dois...

O ciúme me faz beijar a lona da incompreensão

e saio completamente do prumo da razão.

E o que em mim destoa, acaba por fragmentar

os vários pedaços daquilo o que era tão único...

Sóbrio pesar esse que me abate,

e converte em água a mágoa,

transformada em tantas lágrimas

que eu ainda hei de chorar...

Entre tantos queixumes...

Tantos ciúmes...

August 2003

fb*RL September 04, 2006.

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 07/11/2006
Reeditado em 16/03/2013
Código do texto: T284610
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