Um Fim De Caso

Não existe mais em mim a vontade de ligar,

de escrever, de procurar...

nem mesmo aquela saudade,

que me fazia por horas imaginar,

curtir... sonhar...

com a delícia que era cada encontro...

O que certamente aconteceria,

enquanto eu me permitisse enganar...

é difícil concluir verdades,

quando se recusa a aceitá-las,

acreditando-se que ao evitá-las,

pode-se resolver o que está resolvido...

percebi que o final chegava

quando comecei a comparar...

a realidade oferecida era virtual.

A virtualidade passou a ser real.

Os zelos, as atenções, os carinhos,

as palavras doces em mensagens eletrônicas...

convites a um prazer unilateral,

que passou a ser banal...

histórias se sucediam até que me aborreci.

Procurei, então, outra saída

e redefini minha vida,

ligando e desligando outras telas...

dando limites às minhas ilusões...

depreciando minhas frustrações...

mas sabendo que ali, isso é normal.

É disso que é feito o virtual!

Do real, restou a desconfiança,

as dúvidas geradas por cada demora...

a mesmice de uma existência sem rotina,

onde cada fato que se examina,

está concluído no final de cada hora,

quando vejo morrer minha esperança...

e o que termina, mais uma vez,

é aquilo o que nunca teve início...

uma realidade que sempre foi virtual,

repleta de artifício

e mais um caso que se desfez....

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 07/11/2006
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T284622
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