Minha paz

Eu estou doente

Com qualquer coisa eu me comovo

Tenho ciência, todo dia é diferente,

Uma oportunidade pra muita gente,

Mas pra mim não há nada de novo

Eu estou a gritar

Sinto-me no gume do descontente

Tenho profundos abismos no olhar

Uma amarga relação com o verbo amar

Somente a desventura me é pertinente

Estou a fenecer

Sou um Ente sem definição, um sem Lá

Poço de aflição, uma boca a se morder...

Cada parte de mim é uma chama a arder,

Um encontro com o nunca se encontrar

Por isso, mas não só, mas por muito mais,

Queria, antes de Partir, encontrar Você

Para uma vez inspirar tua áurea, Te dizer

Que, se pudesse, você teria sido minha Paz,

E eu não teria sido a sinonímia do Sofrer...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 07/11/2006
Reeditado em 01/09/2022
Código do texto: T285068
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