TRAPAÇAS
Não digo que te amo,
mas amo,
de um modo diferente, único.
Minto, ao negar
que tens a primazia
de me deixar sem eixo,
sem palavras, ao amanhecer.
Minto, ao dizer
que posso passar muitas horas
sem esse teu olhar vadio,
de menino carente.
Não digo que te amo,
pois o jogo me dá segurança.
Imponho as regras, mas
não hesito em trapacear.
Digo, como quem mente,
que te amo,
com a intenção de que não me creias,
mas te amo
verdadeiramente.
Minhas trapaças escondem
meu infindável medo de amar.
Amo e tremo,
mas minto para não me perder.