SOLIDÃO

Quando a solidão invade,

Com toda sua vontade,

Todas as vezes me curvo.

As faces tão ruborizadas,

Sinto no fel das risadas,

Que o meu olhar fica turvo.

Quando a noite inimiga

Cai como manto, me intriga.

Saber-me tão desolado.

De posse dessa agonia,

Espero pelo malfado dia,

Do saber-me tão desprezado.

Quando a tarde aventureira,

Embrenha-se tão sorrateira,

O meu olhar se perde a esmo.

A voz um tanto embargada,

Um querer ver, não ver nada,

E um ficar comigo mesmo.

Quando o tremular da mão

Atinge nosso senso são,

Somos ao caos impelidos.

Um desafogo enorme,

Conosco sempre dorme,

Nesse afã de ter sobrevivido.

2.011