Cercado de Lua

Um belo corpo que brilha e cintila

Num palco apagado pela nostalgia

Dança os suaves passos da dor

Nu... Nem sente ausência do refletor

Uma música que chora o amor

A desfolhar-se sem fim ao dissabor

Pelas salgadas águas escorridas no chão

Prolongam seu canto à perfeição do pintor

Um chão de espelho reflete em dança

Como a poesia cujas rimas cantam

Criam sonhos e lágrimas de acalanto

E na alquimia dos versos renascem a flor

Assim, nu, repleto de imaginação

Este corpo flutua sob nuvens de algodão

Se entrega aos doloridos passos da dança

Cercado de lua compõe sua poesia crua

23/03/11

São Paulo - SP