A ESCOLA LÉLIO PIZA À NOITE
A ESCOLA LÉLIO PIZA À NOITE
Sempre, quando volto, aos sábados,
Do hospital onde trabalho, à noite,
Passo, em Tupã, pela Escola Estadual Lélio Piza.
Na rua escura, a pequena praça,
Em frente à escola,
Com penumbras entre as árvores
Que, no ensolarado dia anterior,
Deixava transparecer a relva verdejante
Realçando os raios de sol
Que chegavam, ditosos,
Iluminando a frente da escola...
A petizada brincando, aos gritos,
Na hora do recreio,
Lá pelas dez da manhã,
Da última sexta-feira...
Naquele momento, naquela noite, vislumbrei,
Ao reduzir a velocidade do carro,
A solitária escola com seu abandono solitário às noites,
Especialmente, nas de sábado,
Quando sempre passo por lá...
É tristonho e nostálgico sentir
Aquela noturna solidão,
Onde a noite sem lua e nublada,
Só deixava ver a mal iluminada entrada,
Onde, nos períodos diurnos da semana,
Especialmente nos horários de saída,
As crianças, com sua alegria contagiante,
Passavam correndo em direção à rua...
Então, de súbito, me surpreendí
Com o carro quase parado
Em frente àquela escola, dentro daquele começo de noite...
Acelerei e me dirigí à nossa casa,
Onde, ainda com ar nostálgico,
Logo contei ao meu amor o ocorrido.
Ela sorriu e disse:
"Talvez você se lembrou dos tempos de escola, querido,
Quando você era ainda um menino...
Às vezes, a gente se sente criança outra vez..."
Concordei com ela e, ao ver que esboçava
Aquele sorriso de menina que amo tanto,
Beijei-a ternamente...
Então, como costumo fazer,
Fui ao jardim e colhí dois botões de rosa para ela...
TUPÃ, SÃO PAULO, em 11/11/2006,
Às 3:25 hs. da manhã.