Olhos Letais

Foi no desencontro, que o destino armou o encontro certo...

De mãos vazias; não tinha nada para permutar, esperava o porvir.

Porém, insensato e com sede de punir; mas você não estava perto.

Tentava me controlar, mas era forte o descontrole emocional.

E desatina e desensina, o próprio jeito de agir.

Uma desavença que flui intensamente, fora do normal.

Se por algum motivo eu estava lá, é porque tinha que tentar.

O seu cansaço era o meu descaso; num dia canoro e de alvura,

O que eu via era uma escultura, feita de areia do mar...

Não é muito o que lhe peço, pois não é pouco o que eu espero...

Ainda sei juntar as peças do tabuleiro esparramadas pelo chão.

Mas não vou esperar mais como um papalvo, querendo inquisição.

Voltarei a acreditar no que eu acreditava, mas sem expressividade;

Porque quando me expressei profundamente, faltou tua lealdade;

Mais que um empecilho, um extravio de palavras confusas e penosas...

Quando abro minhas mãos, não reconheço o meu intento.

Quero descobrir o que buscas agora, e não depois...

Pois até os cinco sentidos são todos desiguais,

E quando acabar minha empolgação, não vai adiantar seu perdão.

Nem me olhando assim, com seus olhos letais...

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 02/04/2011
Reeditado em 02/04/2011
Código do texto: T2885441
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