Pedra
Hoje eu estou prostrado e você é a causa desta prostração
Eu não estou triste. Não estou alegre. Sou como a pedra ali
Um não sentir me iguala aos seres que são e não sabem de si
Então me recuso a olhar o sol, a entrar na vida, a mirar o céu
Simplesmente quero estar em mim, na passividade absoluta
Só as lembranças chegam, mas são secas, estranhas, estéreis
Eu não a tive. Você não me teve. Nós nos tivemos, e era tudo
Hoje nada existe e o dia se torna um peso a me esmagar assim
Sou a indiferença em pessoa, exilado, sem sentimento e emoção
Esse é o alheamento do amor que se desfez, cruel e petrificado
Sem sentir, também não quero entender. Só estar jogado aqui
Que o tempo me dê aos olhos o brilho e ao coração o sangue
E que eu entenda que esse alheamento do mundo é momento
Momento de entender que você, um dia a vida animando a minha
Fez-se a ausência para tornar-me aquela pedra dentro de mim