Abraso o teu amor que me apaga

Tu me amas?

Não, não és capaz nem de amar-te,

Como podes amar outrem...

Amou-me um dia?

Não, fora o fogo da paixão

A arder a palha,

E agora apaga-se a última fagulha.

Na escuridão prestes estamos a entrar...

O fogo brando já o que queimar não tem,

Extinguimos nós em nós mesmos...

A paixão cessa — tu não me queres!

Que faço, pois não é o fogo que me liga a ti?

Que faço, se o que me mantém é o composto

Do calor do teu corpo...

Se a música que me aclama vem do teu peito...

Se meu coração é teu.

Tens paixão, eu amor.

Apagas, eu queimo.

Esfrias, abraso.

Repeles, não te deixo

Sorris, choro.

Não queres, te desejo.

Não tem jeito.