O SONHO

O SONHO

Eu era um construtor,

E naquele dia começaria

A fazer um castelo.

Um castelo com uma torre

Muito alta.

Com muitas salas e quartos,

Com muitas portas e janelas,

Salão de festas,

Estribaria para os cavalos.

Ele teria um jardim na frente

E um grande pomar em volta

Futuramente;

Eu mesmo teria de plantar

Todas as árvores.

No jardim, eu plantaria

Todas as rosas e cravos e orquídeas.

Talvez demorasse, mas não importa;

Eu tinha toda a eternidade,

Porque eu também era químico

E havia descoberto a fórmula

Da juventude e da imortalidade.

Meu castelo seria no alto da colina,

De lá dava para ver o mar.

Eu faria também um barco

Para navegar naquele mar,

Ouvindo as gaivotas

E observando-as pescar

Pequenos peixes.

Mas eu estava só.

Por isso teria primeiro

Que descobrir uma forma

De te conquistar.

Pois sem ti,

Nem o castelo,

Nem o pomar,

Nem o jardim,

Nem o mar,

Nada teria importância.

Essa era a única fórmula

Misteriosa para mim.

Marabá, Nov/1995

Francisca Cerqueira
Enviado por Francisca Cerqueira em 13/11/2006
Código do texto: T290076