O SONHO
O SONHO
Eu era um construtor,
E naquele dia começaria
A fazer um castelo.
Um castelo com uma torre
Muito alta.
Com muitas salas e quartos,
Com muitas portas e janelas,
Salão de festas,
Estribaria para os cavalos.
Ele teria um jardim na frente
E um grande pomar em volta
Futuramente;
Eu mesmo teria de plantar
Todas as árvores.
No jardim, eu plantaria
Todas as rosas e cravos e orquídeas.
Talvez demorasse, mas não importa;
Eu tinha toda a eternidade,
Porque eu também era químico
E havia descoberto a fórmula
Da juventude e da imortalidade.
Meu castelo seria no alto da colina,
De lá dava para ver o mar.
Eu faria também um barco
Para navegar naquele mar,
Ouvindo as gaivotas
E observando-as pescar
Pequenos peixes.
Mas eu estava só.
Por isso teria primeiro
Que descobrir uma forma
De te conquistar.
Pois sem ti,
Nem o castelo,
Nem o pomar,
Nem o jardim,
Nem o mar,
Nada teria importância.
Essa era a única fórmula
Misteriosa para mim.
Marabá, Nov/1995