A casa é sua... 



Como a singeleza dum regaço, que no fluir é da natureza!
Entre, fique a vontade, aconchegue-se desfazendo o laço
Do embrulho da vida, descanse esse fardo na pureza
Das espumas brancas nas nuvens macias dum traço...

e nos braços de meus abraços, que te ninaram no canto
Deixe-se navegar nos oceanos descritos de encanto
Dum feitiço mulato, atiçado no intento pelo barlavento
Deixe-se envolver pela brisa morna no hálito do vento.

E deite esse corpo alquebrado pelas agruras do tempo
No fume do incenso que ora valsa em meu pensamento
Inebrie-se desse olor que invade a casa, como sentimento. 
A porta aberta permanece inviolada, no mais belo intento.

Mergulhe da nau no poema que te oferto nesse momento
nas ondas energéticas do Cosmo, que sintoniza na aura o amor e nade, pois andaste a deriva! E no meu corpo ancore seu ardor. Toque a enseada do sentir e ouça a musica, não há lamento!

Só o solfejo do vento libidinoso que te senti como a vela o mastro, A pedir que a água encharque o pano pra deslizar nas ondas do instante Marulhar que lavam as redes, levam as portas pro delírio do navegante... Entre, sem delongas sem peixes e sem sondas a casa é sua nesse estro!

“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
28/10/2006 


Poesia recomendada " Minha Língua"  Primeiro lugar no concurso na ALEMANHA!
Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 13/11/2006
Reeditado em 13/11/2006
Código do texto: T290187