ONTEM, HOJE...

Eu não medi meu amor

com que me fui enlaçar;

por ti eu me apaixonei,

não hei de olvidar-te, sei,

e não vou tergiversar.

Talvez não valha dizer,

se não quiseres ouvir:

o meu amor tem paixão,

que tu, de meu coração,

nunca vais ter que sair.

Una, te amoitas em mim,

moras nos nervos e plasma

deste teu, e teu, somente

(ontem, hoje, eternamente),

inda quando eu já fantasma.

Caso um de nós desintegre,

se primeiro for, não sei,

em ti terás a minh’alma,

unida à tua, na calma,

mantendo do amor a lei.

Mas, se tu te fores antes,

também irei, e tu vives

em mim, tu a una peça,

não encarte que se meça

por relevos ou declives.

Fort., 15/04/2011.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 15/04/2011
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T2911688
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