Ontem, Hoje, Nós

Não apago aqueles bons dias!

Você tremendo, eu tremendo...

Duas fortes mãos, fervendo,

Impondo às almas: energias!

Parecíamos dois polos se atraindo,

Repelindo-se em conluio à dança.

Mas ao sentirmos um quê surgindo,

Interpunha-nos a boa Esperança.

Com frases longas, demoradas,

Que buscavam coisas miúdas.

Qual fossem certeiras mudas,

Das concordâncias planejadas!

Uma gagueira, quase seguida,

Num silêncio, quase à frente.

Uma letra, quase não ouvida,

Enleando os planos da gente.

Quando em vez, naquela praça,

Lentos passos, mãos entrelaçadas,

Meios às crianças içando graça,

Passeávamos, tomando calçadas!

Cruzavam-se nossos olhos afoitos,

Um desejo igual antena atento.

Pra que a todos os nossos pontos,

O tempo passasse mais lento!

Nos seus abraços, o corpo quente,

No pulsar, seu Coração, irrequieto!

E quantos pecados faziam frente,

O meu ensejo, vilão, boquiaberto!

Esquecermos do primeiro beijo,

É impossível, é no todo: Pecado!

Parecia de ti; por eu, o desleixo!

Bem na verdade: premeditado!

No portão aos sorrisos, alheios!

Perto transeuntes Interessados!

Pelos quais apareceriam meios,

Por onde fazermos comentados!

O Mundo girava, noite e dia,

Aos nossos pés, tão distantes!

Se freasse, não nos moveria!

Nada cancela via de amantes!

Hoje recordo: Doce Saudade!

Toda aurora... Só alegrias!

Que ascendia: era Mocidade!

E enlace dos nossos dias!

E como enobrece!... É maturidade!

Neste Universo que Deus é de fato!...

Para cingir toda nossa Felicidade!

Cadenciamos, agora: Somos quatro!

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 16/04/2011
Reeditado em 14/06/2019
Código do texto: T2913188
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