NÃO POSSO ODIAR QUEM AMO

Às vezes o passado

Ergue-se diante de mim

Como pálido espectro

De um triste fim.

As carícias, os beijos, as flores!

Nossos momentos de ternura,

Tudo está tão distante!

Até mesmo as minhas dores,

Aquelas que pareciam eternas!

São agora delírios de uma loucura.

Você ainda é a mesma!

O mesmo corpo que amei outrora,

Os mesmos lábios que beijei,

O mesmo sorriso de ironia,

A mesma! Você é a mesma!

Mas eu não!

Sou agora um abismo

Por onde resvalam palavras escritas

Em versos sem vida,

Sem palavras de amor!

Sem sorrisos!!

Sem nada além da dor!!!

Então a poesia se faz mal dita

Por não poder descrever

As soluçantes mágoas

Que me fez sofrer.

Mesmo assim

Não posso te odiar!

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 17/04/2011
Código do texto: T2913883