Vertigem

Rog’ao dia, à noite, ao ano, às estações,

à hora, e’o tempo, e a terra, e’os pós, e’os céus,

e’o lugar, por ond’eu vi os olhos teus

pela primeira vez, e’os corações

qu’olharam outror’às minhas canções,

e’o sol que fugur’estes sonhos meus

adornados agora por vis breus

e esperança de chuv’em emoções,

rog’ao destino, e’os ventos, e orações

de frescas brisas, e da areia os véus

de dureza e justiça, e a lua, e à’teus

temas da’scuridade, e a essas nações

que de norte a sul tem os seus brasões,

e’os astros, e’os cometas, e’os romeus

que antes amaram, e’o ar, e’o som, e a ilhéus

corações puros, ledos, e chorões,

feitos d’austeridade, e às ilusões

que abalam-me e tonteiam apogeus

de minhas razões, e a contos de Orpheus

tão infinitos quant’às suas paixões,

e as folhas e matérias, e a’flições

de nossas verdes frondes, e’o afã, e’os réus

deste vast’ universo, e’nfim, aos teus

olhos de amor que me são inspirações...

Aprendiz
Enviado por Aprendiz em 16/11/2006
Código do texto: T292521