ANGÚSTIA DE POETA

Mina alma solitária

Implorando por socorro

Lança aos ventos do destino

Todas as palavras

Dos versos moribundos

Que já escrevi.

Letras mortas

Ajuntadas uma a uma

Nas palavras sem ecos

Desses versos desajeitados

Que arrancados do peito

Espalham-se pelas ruas.

E apesar de não me escutarem

Insisto em acreditar

Desenhando na areia

O rosto da esperança

Com o sorriso da tarde,

E teimo em sonhar.

E mesmo que me apedrejem

Insistindo no meu silêncio,

Vou gritar uma vez mais!

E mesmo que tenha

Todas as distâncias

Ainda por percorrer,

Na esperança de ser ouvido

Sacudirei as páginas mal escritas

Dessa história sem graça.

Quem sabe assim as palavras

Caiam sobre a terra

E talvez um dia

possam produzir bom fruto

quando eu rasgar esse luto.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 23/04/2011
Código do texto: T2925477