(Pro) Fundo

Era do mar nem estrela nem coral

Algum veneno nos lábios, salto alto

De certo, não me causava mal

Mal nenhum, nem canção que fale de outra dor

Era do mar o que não se vê

Que se procura e se imagina

Dentro do próprio mar

De certo, não se acha

Não se sabe achar, se atira ao mar

Mar que não tem seu nome nem nome tem

Mais certo é nela se perder

Como todos se perdem

Voltar do seu esquisito não se deve

Se teme perder-se mais ainda

O que o mar abriga não perdoa

E de consolo imaginando proximidade

Remo hoje até mais tarde

De castigo posto por ela

Sem a ver, sem saber quem é

Na dúvida ou fé

Sigo de pé, sem respirar, pro fundo disso tudo

Sem ar deixou-me às últimas

Não sei se beija ou me afogas novamente

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 02/05/2011
Código do texto: T2943990
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