POLIEDROS
Não acorde meus pesadelos... Não faça isso...
Mesmo unidos no mesmo vértice tenho faces ocultas
Marcadas por cicatrizes de diagonais em fogo que o tempo não apagou
Nossas superfícies emocionais diferem-se pela nossa natureza periférica
Mesmo unidos no nosso mundo convexo preciso sentir vida, sentir amor sentir ar...
Não me aprisione nas tuas arestas... Não faça isso...
Mesmo unidos numa trajetória colinear necessito desalinhar, correr, sonhar...
Não destrua meus sonhos... Não faça isso...
Mesmo que unidos sob o mesmo ângulo de natureza reta por alguns instantes preciso me recolher num canto obtuso e me encontrar
Não leve seu amor de mim... Não faça isso
Mesmo que nossos lados tornem-se paralelos
Meu amor sempre estará no limite de sua existência