AMOR INFORMAL
nos lençois
deixo no seu recondito
escuro o sono branco
das manhãs cinzentas
no travesseiro
deixo no seu recondito
escuro os sonhos
fofos da minha infância
(e sob a cabeceira
afogo
os pesadelos
num copo d'água)
deixo dentro dos sapatos
as muitas
insõnias mofadas
das noites mal-dormidas
e na amada em pêlos
com um sorriso
explosivo
de pérolas
deixo no seu recondito
escuro um rio leitoso
do nosso amor
informal.
Joelson Gomes da Silva