AMOR INFORMAL

nos lençois

deixo no seu recondito

escuro o sono branco

das manhãs cinzentas

no travesseiro

deixo no seu recondito

escuro os sonhos

fofos da minha infância

(e sob a cabeceira

afogo

os pesadelos

num copo d'água)

deixo dentro dos sapatos

as muitas

insõnias mofadas

das noites mal-dormidas

e na amada em pêlos

com um sorriso

explosivo

de pérolas

deixo no seu recondito

escuro um rio leitoso

do nosso amor

informal.

Joelson Gomes da Silva

Joelson Gomes da Silva
Enviado por Joelson Gomes da Silva em 08/05/2011
Reeditado em 08/05/2011
Código do texto: T2956419