O dia segue

O dia segue nublado como

a tristeza que adormece no peito.

Mesmo em silêncio, ela

tece seus fios nas

lágrimas que correm

pelo rosto, no

verso que desliza

sorrateiro na página

em branco.

Há, na agonia do

tempo que não passa,

a quase certeza de

um amor dividido

entre ontem e hoje.

Laços ainda não

desfeitos são lembranças

tardias de que o

tempo não espera,

mesmo que as horas

fujam no descompasso

de um coração dorido.

São sinais de amores

que mesmo findados

ainda suscitam

recordações e lamentos.

A música que toca

ao lado recria na

casa uma atmosfera

já vivida.

É como se o tempo

fosse cúmplice de

tua partida e,

no dia que segue,

esquecesse um

pouco de minha

própria vida.

Rita Venâncio.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 08/05/2011
Código do texto: T2957367
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