Distraído a contemplar a natureza

Depois de muito andar distraído

Pelo egoísmo do meu velho sentido,

E coração; com pedra às vezes agredido

Por atitude urdida de homem empedernido.

Perguntei-me: - Por que aqui fui parido?

Porém, debalde ao léu passei a admirar o céu,

Firmamento além, estrelas também a alumiar o breu.

Referto de enorme contentamento o meu coração ferveu

E derreteu o concreto surreal do meu antigo recrudescimento.

Tormentoso-alegre foi o tempero sem exagero do meu conhecimento.

O glorioso tempo vigoroso foi cabresteando o meu refratário pensamento

Demonstrando que; quem me guia não sou eu. Os céus infernais são de Deus.

Baixando devagar o divagar do meu olhar contemplei a selvagem mata qual retrata

O próprio retrato de Deus-Amor a cuidar deste jardim de jasmim e de toda a flor.

Sabiá, bem-te-vi, araponga, onça, cravo, cinamomo e outros angelicais serafins.

Sem mais querer entender, apenas sentir a ligação de linda canção à fermata

De orquestração de pura canção-cantata, banhei-me numa límpida cascata.

Decantei-me ao ouvir o som da mais maviosa serenata revestida de amor.

Nesta depuração de canção, percebi que a vida vai além dos confins.

Essa constrição que confrangido o meu coração deixou.

Seria do pecado original qual origem a mim afetou

E da minha visão a sua coordenação retirou?

O amor é cego como diz a língua do povo.

Serei como uma rachada casca de ovo

A compartilhar mais vidas-renovos.

Porém, se o amor é cego quero “encegar” tudo isto que estou vendo!

Viva a eternidade.

Luz & Vida

jbcampos
Enviado por jbcampos em 15/05/2011
Código do texto: T2972448
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