Escracho
Das manias, de inverdades,
Nostalgia é modo de se achar
Soledade é só pra tolos
Tudo foi feito pra eu gozar
Vou aos tangos, “habanera”
Hesito em rondós, sem contar
Vou à enjira, busco a cura
Convido os cães pra dançar
Se de mim ainda te lembras,
É que por perto devo estar
Então: grite alto, descabele-se,
Talvez eu possa escutar
Derreta coração, parta ao meio
- Chorar não mais, nem se quiser!
Para o mal ou para o erro,
Seduz-me rires do que eu não fizer
Despedace cagarolas,
Azar o teu: podes sangrar!
Minha parcela daquele trato,
É o que te fez malograr
Se te apetecias, foste de encontro
Eras mesmo coisa de desdenhar...
Cadê o feito que te reergueria?
Estavas tanto à fossa pra não te achar?
Não raro somes à luz do dia
Tanto que és reles, haveriam de espreitar
Nada espanta o sonso que não vigia
Torcendo que outro te venha topar
Fiques por aí, tola coitadinha
Recobres apoio do alcoviteiro,
Ou volte ao regaço de sua vizinha,
Se dos faltos de caráter também és farinha