O passado sempre volta para você
Não importa quais mentiras lhe contaram
Ou qual mentira você esta vivendo
Na cozinha, ratoeiras vazias
Aguardam a curiosidade dos ratos
Tire o dedo da represa
Levante as portas de aço de Pasárgada
Enquanto a fantasia pinta o peito de Ícaro
Vasco de Ataíde canta a canção do mar
Queira que o feitio das borboletas não se desfaça
Vento a colher folhas mortas na floresta
Elfos nas águas modorrentas de um riacho
Eternizando o que só o amor cria
Coração a pedir promessas de outono
Flecha zunindo no ar fresco
Buscando a carne da caça
O medo se aproximando com a tarde
Carcaça de minotauro na areia
Berço de besouros e moscas
Herança espetacular do rei de Creta
Cálice quebrado na mesa,
Pedreira verbal
Mudanças repentinas de humor
Tempestades de agonias e suores quentes
Falta de uma paixão doentia
O passado sempre volta para você
Não se pode segurar os sentimentos
Sentimentos são a face iluminada do espírito
Vespa pousada numa flor de morango
Sonhos que despencam do céu
E se deixam queimar em silêncio
Nas mãos pintadas de sombrios desígnios
Tudo é um rascunho de sangue
Leve marca na face de pêssego
Estilo da continuidade do tempo
Que a plástica do homem
Tenta esconder dos deuses das fotografias
Dentro da sua cabeça tem um mundo
Lá fora existe outro fruto
A magia flue de um lugar para outro
Transportando a serenidade do nunca