O passado sempre volta para você

Não importa quais mentiras lhe contaram

Ou qual mentira você esta vivendo

Na cozinha, ratoeiras vazias

Aguardam a curiosidade dos ratos

Tire o dedo da represa

Levante as portas de aço de Pasárgada

Enquanto a fantasia pinta o peito de Ícaro

Vasco de Ataíde canta a canção do mar

Queira que o feitio das borboletas não se desfaça

Vento a colher folhas mortas na floresta

Elfos nas águas modorrentas de um riacho

Eternizando o que só o amor cria

Coração a pedir promessas de outono

Flecha zunindo no ar fresco

Buscando a carne da caça

O medo se aproximando com a tarde

Carcaça de minotauro na areia

Berço de besouros e moscas

Herança espetacular do rei de Creta

Cálice quebrado na mesa,

Pedreira verbal

Mudanças repentinas de humor

Tempestades de agonias e suores quentes

Falta de uma paixão doentia

O passado sempre volta para você

Não se pode segurar os sentimentos

Sentimentos são a face iluminada do espírito

Vespa pousada numa flor de morango

Sonhos que despencam do céu

E se deixam queimar em silêncio

Nas mãos pintadas de sombrios desígnios

Tudo é um rascunho de sangue

Leve marca na face de pêssego

Estilo da continuidade do tempo

Que a plástica do homem

Tenta esconder dos deuses das fotografias

Dentro da sua cabeça tem um mundo

Lá fora existe outro fruto

A magia flue de um lugar para outro

Transportando a serenidade do nunca

carlos assis
Enviado por carlos assis em 28/05/2011
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