ALGUMA COISA ME PRENDE A VOCÊ

18.11.03.

Alguma coisa me prende a você

Nunca a vi pelas rodoviárias

Não sabia seu idioma nem seus dialetos

Se fui a seu sítio, estava dormindo

Se algum dia nos falamos, foi telepatia

Chego a pensar sendo miragem

Nunca me vi assim

Me esqueci das outras paixões

Ou, é assim que se começa uma de verdade

Nunca estive em seus quintais

Nunca cruzei por você nas calçadas

Nem ao menos sentei ao seu lado nos ônibus

Se você esteve em meus quartos, foi projeção

Mas sei que algo me prende a você

Meus relógios nunca marcaram suas mesmas horas

Os ares que respirei nunca entraram em suas narinas

Suas matizes nunca havia misturado

Seus ritmos nunca havia dançado

Seu nordeste nunca viajei

Sua fala nunca falei

Seus gemidos nunca escutei e

Suas lágrimas nem sequer sequei

Mas alguma coisa me prende a você

Nunca frequentei suas praias

Nem ao menos subi suas serras

Nunca ouvi suas gargalhadas

Nem nunca um sorriso belo como o seu

Não havia ouvido essa voz ao telefone

Nem imaginava uma leoa tão dócil, domável

Não tinha a alegria que você transmite

A saudade que você deixa

A vontade de falar, a vontade de calar

O medo de um até logo

O medo de acordar de um sonho estúpido

Algumas coisas já sei porque me prendo a você!

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 29/05/2011
Código do texto: T3001552
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