Novo, de novo!

Pede o novo, cala o corpo cansado,

vê o outro, mais um sonho jogado,

deita-se ao longo do sonho jamais apagado,

volta-se se encontrando no mesmo ponto parado.

Grita e ouve o próprio som abafado,

coloca-se em pé, antes nunca ter se deitado,

no leito, apenas um lençol amassado

e no ar o aroma onde o amor ficou exilado.

Corre, pára, pensa, segue sem ter um passado,

no futuro o destino nas cartas traçado,

bebe do corpo, o mesmo desejo agora amargado

no adeus que existia e que já era esperado.

Solta a corda do vento, um pensamento,

nem mais um momento, o fim, seu lamento,

nova história, página em branco apagando a memória

dos que seguiram o relógio que contam as horas.

Ensaia, recomeça, pede, coopera,

é de culpa o amor que o corpo espera,

mais um pedido e de novo o novo em esfera

a gotejar pelo corpo que curado persevera.

08/11/2006

Aisha
Enviado por Aisha em 24/11/2006
Código do texto: T300200