LAMENTOS
Ouvi os sons dos lamentos,
procurei...
Não percebi de onde vinham,
vasculhei na poeira do tempo
adentrando no sótão dos pensamentos.
Depois de muitas buscas
percebi assustada,
que eu era quem chorava.
Um pranto doído, sofrido,
vindo da minha alma.
Eram tantas as lágrimas,
que molhei o corpo
rasgando as vestes da fantasia,
afastando a alegria,
afogando a estesia
em sonhos sem cores
com nuances de dores.
Em soluços ressentidos,
sentidos gemidos
ecoavam no espaço
todo meu cansaço.
E eu ali, sozinha...
Molhada e fria.
Ninguém ouvia...
Só o silêncio
e minha própria agonia.
11/10/2006