SALMO DOS AMANTES
Do Sol
Tomo o manto amarelo.
Da Lua
O travesseiro macio
Das estrelas
Corrente de sonhos em elo.
Na cama
Aconchego-me contigo em cio.
Brincamos
Fazendo da realidade farelo.
Permitimos
Perder-nos sem nenhum brio.
Tornamo-nos
Apenas em animal belo.
O relógio
Marca as horas em trio.
Não nos
Importa a língua tagarela.
Esquecemos
Da navalha, o fio.
Se nos
Machucarmos/ferirmos
Tomaremos bálsamo em tigela.
O único problema será acordar:
Estaremos tão só como antes estávamos,
Eu sem ti
E tu sem mim.
Teremos somente a recordação para nos consolarmos
Ou a saudade que nos reaproximará.
L.L. Bcena, 06/08/2010.
POEMA 225 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.