Presságios

Se voltasses, meu amor, ao meu zinco frio

O que dirias das lágrimas caídas

Ocasionadas por tua despedida?

Sorririas?

Ou chorarias junto ao meu pranto em desvario?

Deitarias uma escusa ou perdão?

E eu, perdoaria?

E ao passares no aduaneiro do meu brio

Deixarias teu sarcasmo no balcão?

Ou a despeito da esperança cultivada

O trarias, deturpando-me a razão?

Mas de que me vale ficar assim indagando?

Se voltasses ou não, o quanto importa?

Se esses presságios são realidade morta

E esses lamentos são vagos, bem sei.

Como sei também que esses meus ais

Hão de nunca te dizer o quanto te amei

E também não farão com que voltes jamais.