CARPINTEIRO DO AMOR

I

Levantando-se com o sol eu exclamei;

Meu amor o dia se aproxima

E na minha cama eu espero suspirando!

Quieta ela sempre espera.

II

Toda a longa noite com minha dor

Eu pranteio ao despertar

E demoro a atravessar a madrugada

Sonhando meio acordado.

III

Amada, nessa escuridão

Deite suas mãos em meu coração

E você ouvirá isto;

Um ruído abafado

Dentro do meu peito,

Um carpinteiro vive lá!

Ele gosta de bater

Martelando dentro do meu coração,

Ele esta construindo um caixão,

Um caixão para mim!

IV

Ele martela espancando com diabólico deleite

E eu nunca posso dormir

Nem de dia ou de noite,

Ai carpinteiro!

Apresse essas horríveis horas

E termine de uma vez

Esses labores

Para que eu possa enfim

Descansar em paz .

V

Adorável berço das minhas dores

Adorável sepultura,

Lugar de morada inexpugnável

Sorridentes torres,

Nós partiremos amanhã

Em grande alegria.

VI

Adeus soleira,

Onde os passos da minha amada

Ouviam-se lentos e calmos,

Esse adeus silencioso e sagrado

Que pela primeira vez

Manchou de lágrimas

Os olhos dela.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 26/06/2011
Código do texto: T3057627