[Quero me no teu calor...]

Apresentando O Transversal “La Folie e outras migrações de aves, de outros seres, de outras almas (algumas minhas…)”.

[Tantos os mares, tão perto o céu,

Nas simples palavras,

Pensas que tens de ser, ou estar assim (?)]

Nada como mudar a rota,

Fugir do gelo, das neves perpétuas,

Do ar rarefeito, frio, gelado,

Que me congela os dedos, a face,

As asas, me arranca o peito.

[Quero me no teu calor,

Desejo o teu colo, o teu calor]

Desejos, quereres, mesmo nas migrações,

Durante as estações da natureza,

Onde o castanheiro sofre, arde, desaparece,

Onde a oliveira gela, partem se os ramos,

E as aves ficam sem os abrigos.

[Quero me no teu calor,

Desejo o teu colo, o teu calor,

Mesmo nos dias de verão ]

Neste calor, neste frio, nesta saudade,

Nesta loucura sem pausas, tempo,

Tempo de todas as fugas, sem nexos,

Nestas palavras que não terminam,

Que não terminam a poesia,

[Nas simples palavras,

Pensas que tens de ser, ou estar assim (?)

Tantos os mares, tão perto o céu]

O tentilhão segue voando baixo,

O maçarico solitário avista a costa,

Acelera o bater das asas.

Eu apenas me quero no teu sossego...

[No sossego...

no calor do teu colo...]