Olhos Vermelhos

Almas presas,

transpiram liberdade,

mas estão acorrentadas.

Olhos vermelhos

de terror angustiados

nomeando a vergonha e o pudor

quais?

Corpo encoberto de cinzas,

que outrora foram brasas,

já não o são.

Pulso sem vida

com sangue pulsando pra ser arrebatado,

só não sabe quando.

Coração frenético

buscando a brisa

que jamais contemplou nessa vida ao fim...

Boca amargando

veneno fatal, implorando

por uma fonte

com única gota de água.

Suspiros vagam no espaço

anseando encontrar um rumo,

mas falham.

Angústia, solidão,

medo a flor da pele

brotam sem fim,morrem

e ressucitam, aqui.

Almas presas, paixão veloz,

encontros e desencontros,

sem conhecer a si.

Amor preso sem chances de florescer,

vida morta, rumo não há.

Correntes de pecado

e paixão,

almas em trevas,

imploram amor, tímidas.

Calor desenfreado, chamas,

labaredas enfraquecidas,

o ópio da vida, por tempo

ainda são cinzas enfraquecidas...

Donatello Abrantes
Enviado por Donatello Abrantes em 03/12/2006
Reeditado em 06/03/2007
Código do texto: T308265