ROSAS BRANCAS

Que te posso dizer neste dia chuvoso e sem vida,

quando a natureza, derramando lágrimas de dor incontida,

parece entender meu eterno sofrimento?

Onde buscar as palavras para externar o que sinto,

se a dor e a revolta que reacendem o velho instinto,

se me abrigam n!alma eternizando um vil momento?

Poderia dizer que te amo, e por isso te espero ?

Ou tanto seria tão pouco do tanto que quero?

Quem sabe talvez, melhor fosse acordar,

deste sonho febril, que aniquila e confunde,

que a mente transtorna e medo à alma infunde,

abrindo um coração em fel a derramar...

Dizer de um desejo, até poderia...

Mas nem me atrevo, ante tanta heresia!

Por isso, neste dia chuvoso e sem vida,

que me encontro tão só sem saber aonde vou

te digo: Sou um fraco que vaga ao leu sem guarida,

estertorando entre os sonhos que vida roubou!

Portanto mais nada te digo. Apenas te mando flores...

Rosas brancas, com certeza,

pois são símbolos da pureza,

desta pureza incontida,

que mora em tua alma querida,

desde os tempos de outras dores!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 03/12/2006
Reeditado em 13/04/2007
Código do texto: T308695
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