O cristal negro

Dizem que sou um perdedor... ou mais,

Dizem que não sei de sentimentos,

Mas quem sabe?

Mas eu vou dizer uma coisa a vocês,

Eu vos quero tão bem.

Por favor, não me entendam mal,

Meu coração infinito

Não se contenta nem com a plenitude,

Sentimentos finitos,

Finitos não me interessam...

Dizem que minha vida é sem cor...

Que eu estou ultrapassado

E vivo cheio de recalques,

Mas eu vou dizer uma coisa

Para vocês,

Toda a cor de minha existência

Só eu posso ver

Por essas janelas

Que levo aonde vou,

Por elas eu vejo e sei onde ficam

As portas do céu,

E elas se abrem para mim,

Não que me acho merecedor,

Todavia adio a hora,

A hora de entrar,

Quero ficar mais um pouco aqui

Ao lado de vocês...

Por favor, não me entendam mal

Eu quero tanto bem a vocês...

Dizem que por onde ando

É sempre comigo mesmo,

Que a solidão me assoma...

Mas quem é melhor para saber

O que vai consigo mesmo,

Senão o sujeito em si?

Assim quem sabe o que sinto sou eu...

E se não vos dispenso um sorriso

Não é por falta de alegria...

Não me entendam mal,

Essas são minhas idiossincrasias,

Não posso ser de outro jeito,

Eu quero tanto bem a vocês...

Mas eu ando pelo mundo como vocês,

Não me condenem...

Eu ando pelo mundo sem medo

Porque foi me dada a certeza de um encontro,

A certeza de um encontro

Marcado para mim,

E eu não posso faltar,

Numa dessas vias, um encontro...

Se não lhes dou atenção,

Me desculpem,

Eu ando concentrado e absorto,

Ouço todos os sons

E vejo não apenas todas as cores,

Mas aprecio cada coisa que

Meu extremo coração encontra...

Aceito o risco de viver assim.

Por favor, não me queiram mal

Deixa eu encontrar primeiro,

Pois os anjos que me cercam

Dizem que já é tempo,

A proximidade é viável,

E eu nunca pude querer tanto

Esse encontro de luz com cristal negro

Que vai vos dar um espetáculo imenso

E mostrar que não sou assim

Tão seco e cheio de dor...

Não me queiram mal,

A luz do amor invadirá meu coração,

Através das janelas que carrego

Toda minha casa será iluminada,

E eu tenho o direito de sonhar...

Eu nunca mais tratarei a ninguém

Com meu silêncio

Nem com minha falta de olhar,

De interesse,

Deixa eu me encontrar...

Por favor, deixa eu me encontrar...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 11/07/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T3088396
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