SAFADA

Queres que eu seja a fada,

aquela que ao teu ego afaga?

Nada disso, não posso.

Só posso ser a adaga

e penetro em tua memória,

faço parte de tua história,

a safada.

A tua história de safadezas

tem em mim a protagonista.

Cubro-te de beijos lascivos,

faço-te turva a vista

e, cego e derrotado, te entregas,

raptado, em doces trevas,

e te atiças.

Sou verdadeira no escuro

de nossa quarto.

Sobre a nossa cama de sonhos,

é que de paixão ardo

e te incendeio também.

Não posso ser a fada,

mas a safada, teu bem.