Eu ainda desejo ver

Quero ver de novo o verde dessas matas

Ver essas águas abundantes, cristalinas,

Poder banhar-me nesses rios e cascatas

Saciar a minha sede nessas minas.

Quero banir essa cortina de fumaça

Que deprecia o azul do céu e do mar

Ver preservadas essas imensas geleiras

Garantindo a vida do urso polar.

Quero ver flores adornando esses canteiros

Peixes, baleias e golfinhos resguardados

A arara azul liberta do cativeiro.

Quero ver a folha cálida despencando

Mansa e bela, dando cor ao fundo da favela.

Pena que o homem ainda não tenha consciência

Do patrimônio que a ele foi confiado

E não lute em prol da sobrevivência.