Gorgeando
Não quero ser mais um poeta
de verços cansados e tristes.
Não quero ser um cantador
que canta o pranto e a dor.
Eu quero ser um passarinho
que canta alegue a qualquer hora
e do meu peito fazer ninho
pra te guardar minha senhora.
Ser um sabiá laranjeira,
um canarinho cantador
pra te cantar
toda manhã sem fim.
Se achegar bem devagarinho
gorgeando, bem de mansinho,
me pousar num ramo
do teu jardim.