Adeus

E o senhor da pedra lá estava

Impassível observando a maré subir

A minha alma pronunciava a beira mar

A prece que eu dedicava-lhe , amor para te encontrar .

Foram tantos dias para aqui chegar

Horas de vigília e rogação

Insónias impregnadas de emoção

Olhos que te procuravam na imaginação .

Chegando aqui depois de tanta luta

Rompi barreiras, não existe mais disputa

Venceu a razão, dilacerou-se meu coração

Chorei , vi a maré subir .

Talvez “ele” resista a mais duzentos anos

E as preces ali ditas fiquem marcadas

Nas lagrimas misturadas com a água do mar

E repouse a minha triste sina .

Mais uma vez reencarnar

De novo te amar

E ter que te entregar

Ao senhor da pedra .

Doce amor que nasceu neste lugar

Confio-te ao forte rochedo

Que sobrevive as tempestades

Aos caprichos do tempo a trasladar.