O amor de Açucena

Encontrei Açucena na minha filosofia...

Não a quero nos pronomes que apontam

Prefiro os possessivos porque talvez os façam só minha...

Possa ser que torno vê-la no português popular

E farei um improviso com o verbo amar.

Foi Açucena que cantou meus parabéns...

Comparou o nosso amor com o de Shakespeare

Fez-me de vilão e me pôs na contracena

Fez-me imaginar o meu subúrbio em Ipanema.

Ajudou-me a conjugar o meu verbo “encontrar”

Colocou-me nas complicadas gramáticas

E entregou-me o diário do seu coração

Fez-me de um ser à metáfora perfeita

Cantou a minha música, minha inspiração.

Cantou Erasmo Carlos para eu ouvir

E caminhei entre as palavras, cheguei ao texto...

Mergulhou nos meus prantos, no meu signo, no meu dizer.

Deu-me a existência que eu nunca quis querer.

Fez-me enxergar a vida em margaridas.

E admirar o choro de alegria das nuvens no ar

Fez-me viver a vida mesmo no pleonasmo

Fez-me entender a significação de amar...

Uilson Silva
Enviado por Uilson Silva em 15/07/2011
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