QUERO SER...

Quero ser um espelho

Fabricado em Veneza

Para vê-la nua em pelo

E refletir tua beleza

Quero ser um escultor

Para esculpir toda frescura

Do teu corpo sem pudor

Cheio de viço e brancura

Quero ser um escritor

Para narrar uma história

Do nosso caso de amor

E nunca sair da memória

Quero ser um colibri

Que tem um destino certo:

Voar para o teu jardim

E provar teu néctar secreto

Quero ser os seus óculos

Para ficar bem adiante

Dos seus lindos olhos

Nunca vistos como antes

Quero ser como o ladrão

Para tomar de vez

Teu dourado portão

E mirar tua nudez

Quero ser uma bissetriz

Pra dividir teu ângulo agudo

E deixar teu triângulo feliz

Em nosso enlace profundo

Quero ser um anatomista

Para passar com nitidez

O teu corpo em revista

Livre de toda aridez

Quero ser a espuma do mar

Para em teu leito de delícias

O meu corpo se afogar

Num ritual de carícias

Quero ser o madrigal

Das quatro fases lunares

Seguir teu ciclo menstrual

Com teus picos e mares

Quero ser uma nuvem de flores

Que caem em teu jardim

Te cobrindo de amores

E de gozo até o fim

Quero ser a nuvem pesada

Que paira sobranceira

Para deixar-te toda molhada

Com toda minha aguaceira

Quero ser os seus cabelos

Pra adivinhar seus pensamentos

E envolvê-la por inteiro

Num agudo e só momento

Quero ser como o vento

Que sopra em teus ouvidos

E sem qualquer atrevimento

Vou acender tua libido

Quero ser o homem ideal

De tua alma feminina

E vivermos por igual

Nossa união tão divina.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 17/07/2011
Código do texto: T3100548
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