À quatro versos e uma estrofe do mar

É, lembrei da poesia que recitei naquele dia,

dali se via o mar.

Cheguei de madrugada,

sem dinheiro e sem chave,

e você não estava lá.

Não sei porque ajo assim,

eu sei que não estou afim,

mas estás longe de mim!

Lembrei de você assim tão derrepente,

passou em minha mente e não deixou um fim.

Nó em minha garganta,

vontade de nada,

pensamento distante,

vontade abandonada.

Lia um verso e você chegou,

tomei um gole de cerveja e você me acordou.

O que escrevi está até hoje,

não sei aonde,

em algum lugar,

na estante, no coração ou embaixo do sofá.

É, estavas a quatro versos e uma estrofe do mar,

e tão derrepente lembrei de ti,

tanto quanto tirei você de mim.

19.12.01