Escuridão na Claridade

Existe uma guerra no meu coração

quando penso que sim as coisas nunca são,

eu te amo tanto,

Ainda não te esqueci

e mesmo sabendo o quanto já sofri

apago o pranto

mesmo não querendo

sem você vou sobrevivendo

mas me falta vontade.

Que saudade eu sinto de tudo

de ficar te ouvindo, mudo

me resta escuridão na claridade.

Você é o ar que eu respiro

e ao te ver deliro

de paixão.

Você é o céu que eu vejo

mas não a boca que beijo

sinto na pele sua ingratidão.

Olhares eram falsificados

palavras, verbos jogados

que eu ajuntei.

Promessas suas vazias

noite de sexo sombrias

num fantasma me apeguei

Não vou mais tocar na sepultura dos fatos

que espalhem pelas lápides boatos,

pois uma coisa é certa...

Nunca te esqueci

e mesmo morto te senti

e pra depois deixei a cova aberta.

Ainda resta uma esperança

que tenha uma única lembrança

de todo amor que te entrego

tudo é tão complicado

sou extremamente julgado

pela cruz que carrego

Mas já nem sei se ligo

se quer discuto ou brigo

me apego a longos sonetos cansativos

sou um poeta obrigado

queria viver esse amor relatado

em ombros vivos.

Mas o amor é só

água molhada pelo pó

dor branca que queima a alma

O que sinto por você

é besteira nem queira saber

se mantenha na paz, na calma

Não escolhi tal sentimento

na verdade é meu tormento

meu desajuste

amo de um jeito inexplicável, inenarrável

um amor inesgotável

mas não se assuste.

Procurei outros braços

mas nem mil abraços

se comparam a sua indiferença

Te amo como um tolo

e pra meu desconsolo

não conto com sua presença

Sei que a culpa não é sua

me joga até pedras na rua

enquanto por nós eu rezo.

Me ofende

mas não compreende

o quanto te prezo.

Toca em cenas remoídas

memórias de outras vidas

que não mais fazem sentido

se hoje estou vivo

ou pelo menos se sobrevivo

é por já ter morrido.

Mas esse amor tolo permanece

aliás cada vez mais cresce

quando deveria cessar

mas não cessa.

E mesmo com pressa

quando fala teimo em escutar

Sei que sempre inventa moda

mas meu corpo me poda

a sempre tentar novamente

Tem ficado trabalhoso

o futuro é feio e o passado horroso

Você nunca está presente

Saiba que essa é minha vida

trago a alma cingida, cingida

de dor...

Você é meu porto seguro

estou cansado te juro

dói demais esse amor.

Donatello Abrantes
Enviado por Donatello Abrantes em 09/12/2006
Reeditado em 06/03/2007
Código do texto: T313639