Na redoma de vidro

Carinho e raiva

Desejo e pena

Sentimentos confusos

dispostos numa bandeja

Sangue quente

Corpos ardentes

Mentes brilhantes

à mercê da conquista

O sorriso é um convite

atrai, intriga

Um abraço tímido abriga

Olhar dissimulado,

pedante e esperto

Quer aperfeiçoar

a arte da conquista

Só, entre quatro paredes

Pede a presença,

Chora, grita

Satisfaz seus desejos,

mas clama por amor

Demonstra sentimentos

Que talvez nem sinta

A quem engana,

elas ou sua alma aflita?

Quando se vê correspondido

Sente o perigo e volta ao abrigo

Sozinho, na redoma de vidro

Campinas, 9 de dezembro de 2006

Michele da Costa
Enviado por Michele da Costa em 09/12/2006
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