Na redoma de vidro
Carinho e raiva
Desejo e pena
Sentimentos confusos
dispostos numa bandeja
Sangue quente
Corpos ardentes
Mentes brilhantes
à mercê da conquista
O sorriso é um convite
atrai, intriga
Um abraço tímido abriga
Olhar dissimulado,
pedante e esperto
Quer aperfeiçoar
a arte da conquista
Só, entre quatro paredes
Pede a presença,
Chora, grita
Satisfaz seus desejos,
mas clama por amor
Demonstra sentimentos
Que talvez nem sinta
A quem engana,
elas ou sua alma aflita?
Quando se vê correspondido
Sente o perigo e volta ao abrigo
Sozinho, na redoma de vidro
Campinas, 9 de dezembro de 2006